sábado, 1 de maio de 2010

Eu subornei o diabo


Eu subornei o Diabo.

" A mídia de massa continua nas mãos dos mesmos homens de sempre. Os que deveriam estar longe delas. Mas o Brasil foi vendido com todos os privilégios embutidos a meia Dúzia de famílias e assim continuará.
Travestidos de homens de sucesso, laranjas ganham dinheiro e fama para que perdurem a ignorância.
A internet é a anarquia, a sociedade alternativa, a mídia que pode revolucionar, mas ainda está em fase de transição e temos uma boa parte da juventude que se preocupa mais em utilizar tal ferramenta para conversar e colecionar amigos do que para se informar e obter conhecimento. É o paradoxo do futuro. Muita informação, pouco conteúdo. Muita euforia, muito glamour e pouco comprometimento. Quase ninguém se aprofunda e o control C + Control V periga se tornar o novo paradigma de uma geração que copia e cola a personalidade do que esta boiando pela superfície.

A Arte onde está?

Longe do dinheiro. Arte e dinheiro só combinam nessas galerias que a nata da sociedade freqüenta. Fora isso, os artistas devem saber que se quiserem ganhar a vida e sustentar suas famílias serão usados. Eu me propus a ser usado porque sei usar também. Minha única arte é a de me transformar em algo novo enquanto eles congelam o velho e assim vou confundindo a mediocridade crítica. Enquanto eles pensam que me ofendem me isolando em rótulos e crises furadas, eu rio da cara deles com um espectro novinho em folha para saturá-los.
Tem gente que gosta de mim de verdade na mídia, que se identifica, que dá espaços, que confia na minha capacidade de adaptação. Mas no geral, tenho que abrir meus próprios caminhos, porque não tenho empresário e nem assessor de imprensa combinando flagrantes ou negociando espaços com emissoras de TV. Também não tô comendo nenhuma celebridade e muito menos tenho influência para negociar algumas boas almas e repartir o IBOPE. A Mídia não nasceu para ser boa ou má, a mídia é uma fonte, quem bebe da água é que deve filtrar.
Mas como se filtra?

É uma boa pergunta.

Sabendo jogar o jogo, você separa um pouco as coisas, equilibra uns pratos, dança daqui, levanta de lá e vai mantendo a resistência. É tentador pensar em não ter mais de se virar em mil para honrar seus compromissos de final de mês, desses que chegam em envelopes bonitos e plastificados.
Às vezes tenho vontade de me vender de uma vez, comprar uma casa em Trancoso e mandar o mundo a merda. Mas sei que não seria feliz. Mesmo com todo dinheiro e luxo a minha disposição, existe um espírito em mim que precisa se manifestar, se expressar, escrever, cantar, xingar, lutar. A diferença é que eu aprendi a apanhar de olhos abertos.

Sabe quando o soco vem e o cara fecha os olhos?
Eu apanho de olhos abertos, mirando meus inimigos. E Não tenho ânsia politicamente correta de coaxar “Não tenho inimigos”. Todo aquele que se destaca terá inimigos. Se não quer inimigos fique em cima do muro, caladinho e viva como um porco esperando a hora de ir para a mesa.

Aos meus aliados, minha determinação, minha palavra, meu caráter, minha honra, meu sangue se necessário. Aos meus inimigos, meus afagos, a falsidade que me cabe e a tampa do cérebro ao alcance de minhas mãos.

Eu leio quando falam de mim. Eu ouço quando gargalham das minhas intenções. Eu me masturbo pensando nas mulheres deles. Pra quem se acostumou com o conflito a paz é um tédio gigantesco.

Só bulo com quem pode se defender, senão é covardia.

Eu quis a fama porque é vendido a quem não se libertou que com a Fama você tem tudo o que quer. Principalmente porque sou viciado em sexo e a fama traz muitas mulheres para perto. Eu queria ser famoso, principalmente na minha puberdade, enquanto batia punheta olhando aquelas capas das revistas masculinas e me concentrando.... “ainda vou comer uma buceta assim”.

Isso não é menos desprezível do que querer ser uma celebridade para estar em pauta de revista de fofoca ou provocando furor em Shopping distribuindo autógrafos. Depois que vivenciei meu desbunde, e afirmo categoricamente que foi breve, percebi qual parte da engrenagem eu era. Foi ai que tentaram arrancar de mim os fios que me conectavam a Sião. Mas já era tarde demais. Eu não tenho os super poderes de Neo, mas... eu sei me virar muito bem na selva de pedra.

O Lado bom?

Conheço milhares de lugares, pessoas, culturas. Durmo em camas de hotéis das mais variadas, aprendi com as minhas experiências a reconhecer quem sabe o que está dizendo e quem acha que sabe. Mesmo quando me engano em relação as minhas escolhas, tenho a chance de ouvir daqueles que gostam de mim e zelam por meus caminhos, conselhos e idéias que servem para reerguer minha fronte. Aprender com a diversidade e com as adversidades.

Se tentarem me matar, eles sabem que a repercussão será grande, então, terão de bolar um plano bem eficiente. Os poderosos não querem dar um mártir a população, sabem que é melhor me venderem como um idiota.

O Lado Ruim?

Me perder entre todos os meus personagens.

A mídia?

A mídia é DEUS.
E DEUS te manda para o paraíso ou para o inferno.

Mas não conta pra ninguém?

Eu subornei o Diabo.

Tico Sta Cruz"


Eu simplesmente gosto muito desse cara, e não poderia deixar de colocar seu post aqui, na íntegra.

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