quinta-feira, 6 de maio de 2010

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A caçamba de uma caminhonete em condições precárias é a única forma de transportar pacientes em situações de emergência de saúde na cidade de Manoel Urbano, no Acre.

Com cerca de 7.500 habitantes e território que começa na divisa com o Amazonas e termina na fronteira com o Peru, o município também não tem hospitais e a única ambulância disponível está parada por falta de manutenção.

"Aqui trabalhamos só com prevenção, não com urgência. Não tem hospital, mas uma unidade mantida pelo estado", diz Eduardo Alencar dos Santos, secretário de saúde de Manoel Urbano.

Questionado sobre a condição da ambulância da cidade, o secretário afirmou que o carro é administrado pela unidade vinculada ao Estado. "A ambulância está funcionando em uma caminhonete adaptada. Ela roda, mas não sei em que situação se encontra."


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Carro usado na cidade levaria mais de três horas para chegar à capital. (Foto: Antonio Raimundo da Cruz/ Divulgação)

A Unidade Mista de Saúde da cidade, segundo Santos, atende emergências e envia pacientes para Rio Branco ou Sena Madureira. A viagem dura mais de três horas se a estrada estiver em boas condições, e é praticamente impossível no período de chuvas.

O conforto é nulo, já que a maca, suja e sem fixação, foi alocada na caçamba como se fosse uma carga qualquer. Segundo Santos, o carro quase não é usado. "Aqui, atendimento de emergência é raridade", diz.

Responsável pela Unidade Mista de Manoel Urbano, Edilene Ad-Víncola explica que o trajeto também pode ser feito de avião, enviado da capital do estado. O voo leva cerca de 50 minutos. "Mas só liberam o avião durante o dia, porque a pista não tem iluminação", diz ela.


Edilene gerencia a unidade com um médico, três enfermeiros e 13 técnicos e reconhece a precariedade do carro usado para situações de emergência. Segundo ela, a ambulância oficial do município é uma S-10 também adaptada, mas o carro está parado há um mês porque precisa de manutenção e não há oficina especializada em Manoel Urbano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possuía 19 automóveis, 27 caminhonetes, 9 caminhões e 90 motocicletas em 2008.

"Sei que já compraram a peça que falta, mas ela está em Rio Branco esperando ser enviada de barco ou avião. Mesmo assim, a S-10 foi remanejada de outro município e não é tão nova. Enquanto isso, usamos uma Toyota Bandeirante de 1999 que está muito desgastada. Mas é nosso único recurso", conta Edilene. De acordo com Santos, Manoel Urbano tem orçamento anual de R$ 2,4 milhões para a área de saúde, mas não está nos planos da cidade comprar uma ambulância.


Fonte: Globo.com


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